quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

...

Movida pela necessidade, pelo sentido,
Pela louca vontade de ser,
De ter, de haver, de existir,
Pelos sonhos e pelos desejos,
De um avesso sem clareza e imenso sentimento selado,
Trancados numa fotografia incerta de cores borradas
E destinos dissipados

Movida por um crime de réu confesso e sentença oculta,
Tracejadas por linhas escuras num quadro de censuras
Que tão pouco se tornariam amarguras

Movida por crenças e paradigmas
De verdades distorcidas e mentiras afirmativas
Num grito silencioso de uma garganta ferida
Proferidas palavras sentidas, queridas, esvaídas
Num vão de adorações traídas
Mas que tão pouco esquecidas!